sábado, 28 de setembro de 2013

As Mentiras que os Negadores Contam. Parte 1 - "Que buraco?"

Às vésperas do anúncio do 5º Relatório do IPCC, a negaciosfera andou bastante eriçada (e continua), na tentativa desesperada de continuar confundindo a opinião pública e minimizar possíveis impactos do referido relatório. Fizeram com que eu me lembrasse de "As Mentiras que os Homens Contam", uma coletânea de crônicas de Luis Fernando Verissimo (assim mesmo, com "s" e sem acentos), muito gostosa de se ler, por sinal. Vou tomar a liberdade de reproduzir um trecho - só o comecinho, juro, verdade! - de uma das crônicas dessa coletânea, que me lembrou demais o comportamento dos negadores (pois nela, a mentira aparece por diversas vezes na forma de negação). A crônica é entitulada "O Que Dizer" e começa assim:

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Fulano, cara... para de fumar!



Fulano não está se sentindo bem, com sintomas de cansaço, pressão alta, etc. Vai a um médico e este diz: "Você está com problemas respiratórios e cardíacos. Você fuma?" Ao receber a confirmação, o médico, ainda cauteloso, faz alguns exames e conclui: "Provavelmente a causa desses problemas é o cigarro, mas ainda são reversíveis. Basta que você pare de fumar."

Não satisfeito, Fulano procura outro médico, e outro, e mais outro. A ampla maioria dos médicos afirma a mesma coisa, isto é, que é "extremamente provável" (alguns dizem, é "praticamente certo") que o problema esteja ficando sério e que a maneira mais segura de se preservar para males ainda piores seria parar de fumar.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Relatório do PBMC aponta risco grave associado à mudança no Clima.

Até 6 graus de aquecimento na Amazônia na estação de inverno. Possibilidade de 30% de redução na vazão do São Francisco. Aumento da intensidade e frequência das enchentes e deslizamentos, atingindo populações em áreas de risco. Impactos profundos em nosso País, recaindo sobre os mais pobres e vulneráveis são consequências prováveis ao longo do século XXI em cenários globais de elevadas emissões de gases de efeito estufa, segundo o 1º Relatório do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas. Escrevo este "post" durante o lançamento do mesmo na Conferência de Mudanças Climáticas, em São Paulo.

O Painel repete a estrutura do IPCC de 3 grupos de trabalho (GTs): um, que investiga as bases científicas da mudança no clima, outro que avalia vulnerabilidade, impactos e possibilidades de adaptação e um terceiro, que trabalha na construção de políticas de mitigação. O 1º Relatório foi escrito com a contribuição de centenas de cientistas brasileiros, dentre os quais me incluo, na condição de autor principal de um dos capítulos do GT-1.

O Relatório indica riscos claros associados à mudança no Clima para a sociedade brasileira. É preciso dar uma mensagem mais clara e objetiva à sociedade: estamos diante de um desafio sério, real. Precisamos defender o direito à qualidade de vida das futuras gerações.

sábado, 7 de setembro de 2013

Piscar de olhos, ou menos...

Seguindo a metáfora da publicação anterior (5 minutos), fiz um levantamento de alguns paralelos entrea rapidez atual das mudanças climáticas e ambientais impostas pelas atividades humanas (com destaque, sempre, para a emissão de dióxido de carbono associada à queima de combustíveis fósseis) e outros momentos da história geológica terrestre na literatura científica. Espero que esse tipo de comparação, que aproxima a idéia abstrata de tempo geológico em tempo humano, possa contribuir minimamente para enxergarmos melhor a gravidade e a urgência de um novo rumo civilizatório, livre dos combustíveis fósseis.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

5 minutos. Somente 5 minutos...

Estamos quase às vésperas da divulgação da primeira parte do 5º Relatório do IPCC, provavelmente o mais extenso esforço coletivo já visto por parte de especialistas de qualquer ramo científico.

Antes dele, será divulgado o 1º Relatório do PBMC, o Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas, inspirado no IPCC. Tenho orgulho de, voluntariamente, ter contribuído como autor na elaboração desse documento.

As conclusões de tais documentos são muito sérias. Na figura de linguagem colocada por Rajendra Pachauri, estamos a 5 minutos de uma meia-noite climática. Estamos muito provavelmente bastante próximos de pontos perigosos de não-retorno.

Copo "meio cheio" não salva uma casa em chamas

Alok Sharma, presidente da COP26, teve de conter as lágrimas no anúncio do texto final da Conferência, com recuo em tópicos essenciais "...

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